80% das lâmpadas de LED instaladas no Francolândia há menos de dois meses já estão queimadas; contrato milionário da prefeitura não prevê manutenção

A promessa de modernização da iluminação pública em Marabá começa a desmoronar em tempo recorde. No bairro Francolândia, no complexo São Félix, cerca de 80% das novas lâmpadas de LED instaladas pela gestão municipal estão queimadas — e isso menos de dois meses após a substituição do sistema anterior.

O serviço faz parte de um contrato milionário assinado pela Prefeitura com uma empresa de fora do estado. Diferente do que vinha sendo feito até dezembro, quando uma empresa local era responsável tanto pela instalação quanto pela manutenção da rede, o novo contrato não inclui qualquer cláusula de manutenção preventiva ou corretiva, deixando bairros inteiros à mercê da escuridão.


Francolândia no escuro — e não é caso isolado


No Francolândia, moradores relatam que os postes voltaram a apagar ainda na primeira chuva após a instalação das novas luminárias. Há quase uma semana, a maior parte das ruas do bairro está no escuro, trazendo insegurança e indignação. “Pagamos impostos e não temos nem luz na porta de casa”, reclamou uma moradora.

A situação, no entanto, está longe de ser pontual. Relatos semelhantes chegam de diversos pontos da cidade, como Folha 28, bairro Belo Horizonte, Velha Marabá e até da própria Rodovia Transamazônica. As pontes sobre os rios Itacaiunas e Ana Miranda, importantes corredores urbanos, também estão apagadas há vários dias, sem nenhuma intervenção do poder público.


Prefeito evita admitir falhas e ataca “marginais” nas redes


Apesar da gravidade do problema, o prefeito Toni Cunha preferiu desviar o foco. Em postagem feita na noite desta sexta-feira (1º), ele atribuiu a escuridão na Transamazônica a ações de criminosos, sem mencionar o apagão em diversos outros pontos da cidade.


A declaração não foi bem recebida por moradores, que cobram explicações sobre a má qualidade das novas lâmpadas e a ausência de um plano de manutenção. Para muitos, a gestão tenta transferir a responsabilidade ao invés de enfrentar os problemas de um contrato que já apresenta falhas graves logo nos primeiros meses de execução.


Contrato milionário sem garantias básicas


A troca das luminárias foi amplamente divulgada como um avanço tecnológico e uma economia a longo prazo. No entanto, a ausência de cláusulas que assegurem a manutenção do sistema levanta dúvidas sobre a real eficiência da nova contratação — e reacende críticas sobre a substituição da empresa marabaense que antes realizava esse serviço com acompanhamento técnico e respostas mais rápidas às demandas da população.

Enquanto a Prefeitura evita responder diretamente às falhas, cresce a pressão para que o contrato seja revisto e para que a cidade não pague, com seus próprios impostos, por um serviço que não entrega o que prometeu. 

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