Um vídeo enviado por um leitor do Blog mostra um ônibus do transporte escolar da Prefeitura de Marabá sendo utilizado para transportar militantes ao evento com Michelle Bolsonaro, realizado na manhã deste sábado (2), no galpão da Igreja Assembleia de Deus Madureira, no bairro Cidade Jardim.
As próprias bolsonaristas registram o ato, possivelmente criminoso, no âmbito da improbidade administrativa e uso indevido da estrutura pública. Tudo sob os olhos da gestão do prefeito Delegado Toni Cunha (PL), que não apenas participou da organização do evento político do partido liberal, como espalhou outdoors pela cidade promovendo a visita da ex-primeira-dama.
Depois de conseguir “ajeitar” 12 vereadores na Câmara Municipal — muitos dos quais eram críticos até poucos meses atrás — o prefeito, que tanto falou em moralidade e “nova política”, parece não temer a lei. Em um vídeo divulgado neste sábado, durante uma ligação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (que está proibido de sair de casa aos fins de semana), Toni dispara, com orgulho: “aqui já está tudo dominado”.
O Ministério Público precisa cumprir seu papel e, no mínimo, abrir uma investigação. O uso escancarado da máquina pública para fins políticos, como mostra o vídeo, não pode passar impune — por mais blindado que o prefeito se sinta.
O uso de ônibus escolares para fins políticos é vedado por leis federais, inclusive por resoluções do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e pode implicar responsabilização administrativa, civil e até penal, tanto para servidores quanto para agentes públicos envolvidos.
Além disso, cabe à Câmara Municipal de Marabá cumprir seu papel fiscalizador. O presidente da Casa não pode permitir que o silêncio da base governista — formada por antigos críticos que, de forma repentina, tornaram-se aliados — contribua para a naturalização de práticas que comprometem a integridade da gestão pública.
O espaço segue aberto para manifestações e esclarecimentos por parte da Prefeitura de Marabá, da Secretaria Municipal de Educação, do Ministério Público, da Câmara Municipal e de qualquer autoridade citada ou envolvida no episódio.
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