Acordo articulado pela Câmara Municipal garante 34 km de pavimentação em Marabá

Após quase três anos de debates, audiências e negociações, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada na Câmara Municipal de Marabá para investigar os passivos do Projeto Salobo, da mineradora Vale, resultou em um acordo que prevê R$ 115 milhões em investimentos para o município.

Desse montante, R$ 80 milhões começam a ser aplicados nos próximos dias, principalmente em obras de pavimentação em bairros da cidade e em vilas da zona rural. Ao todo, serão 34 quilômetros de asfalto, sendo 24 km em áreas urbanas e 10 km na zona rural.

O presidente da Câmara, vereador Ilker Moraes (que também presidiu a CPI), afirmou que o trabalho de 1.000 dias trouxe resultados concretos para a população. “A Vale é uma empresa que, infelizmente, demora muito a entender o problema social que também nos causa. Foram anos de diálogo caloroso para que houvesse esse reconhecimento”, destacou.

A comissão contou ainda com os vereadores Marcelo Alves (relator), Beto Miranda, Frank do Jardim União e Eloi Ribeiro.


Prejuízos históricos


Segundo Ilker, a decisão da Vale de construir o acesso ao Projeto Salobo por Parauapebas, há cerca de duas décadas, trouxe prejuízos imensuráveis a Marabá. Entre os principais temas discutidos na CPI estiveram os riscos da barragem próxima ao Rio Itacaiunas, a tributação sobre o ouro presente no concentrado de cobre e a ausência de investimentos locais.

“O tal ouro contido dentro do concentrado de cobre, que tem erro de tributação, e os riscos da barragem foram pontos que cobramos insistentemente. Felizmente conseguimos avançar em parte dessas demandas”, ressaltou.

Obras priorizadas


De acordo com o parlamentar, os bairros contemplados na área urbana serão os núcleos São Félix, Nova Marabá e Morada Nova, considerados mais periféricos. As regiões foram escolhidas após debates com o Ministério Público Estadual, considerando também o impacto da construção da nova ponte rodoferroviária sobre o Rio Tocantins.


Na zona rural, as vilas da região da estrada do Rio Preto também serão beneficiadas. “Fizemos questão de incluir a zona rural, porque era uma cobrança antiga das comunidades do campo”, explicou Ilker.


Reconhecimento e fiscalização


Ilker ressaltou que a conquista é resultado de uma construção coletiva entre a Câmara, o Executivo da época, o Ministério Público e a própria Vale. “Convencer a empresa de qualquer investimento não é simples. A união dessas instituições fez com que conseguíssemos algo extremamente relevante”, avaliou.

Ele acrescentou que a Câmara acompanhará de perto a execução das obras. “A Vale nos informou os nomes das ruas e os projetos elaborados pela prefeitura. O convênio foi assinado e algumas licitações já foram publicadas. É nosso dever fiscalizar a boa realização e a qualidade da obra, que é o legado que vai ficar para a sociedade”, afirmou.

Por fim, Ilker destacou o papel da Casa Legislativa na aproximação com a população. “A Câmara tem se aproximado da sociedade, realizado ações e parcerias com entidades, conselhos e movimentos. Nosso papel é estar ao lado da população”, disse, reforçando que o Parlamento seguirá debatendo e fiscalizando medidas de interesse coletivo.

Nenhum comentário

Tecnologia do Blogger.