Médico do HMI manda mãe de gestante “procurar ajuda no inferno” e bebê luta pela vida na UTI após parto mal sucedido

A revolta de Joseane da Silva do Espírito Santo, mãe da jovem Yasmin, traduz o drama vivido por muitas famílias que dependem do Hospital Materno Infantil (HMI), em Marabá. Após um parto que terminou de forma traumática no último fim de semana, seu neto recém-nascido está entubado na UTI Neonatal, em coma induzido, e sua filha segue internada em estado delicado.

Segundo Joseane, a situação começou no sábado (13), quando Yasmin deu entrada no Materno já com dois centímetros de dilatação. Após ser internada, passou o domingo inteiro sem alimentação adequada, apresentando pressão alta e fraqueza. Por volta das 13h, a jovem pediu que a mãe procurasse o médico de plantão, mas, ao invés de acolhimento, Joseane relata ter sido humilhada.

“Ele me chamou de burra e disse que, se eu quisesse ajuda, que fosse procurar no inferno”, desabafa. A discussão terminou em registro na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM). A autoridade policial permitiu que ela continuasse acompanhando a filha, com a condição de que não houvesse novos atritos com o profissional.


O parto, segundo a mãe, aconteceu por volta das 20h de domingo (14), quando Yasmin tinha apenas sete centímetros de dilatação. Com a aplicação de medicamentos para intensificar as contrações, o bebê ficou preso no canal vaginal, obrigando a equipe a realizar manobras agressivas, inclusive com pressão sobre o abdômen da gestante. A criança nasceu sem respirar, sem chorar e sem apresentar sinais de vida.


A pediatra tentou reanimar o recém-nascido, mas cinco dispositivos de ventilação (ambus) estavam defeituosos, o que atrasou os procedimentos. Só após cerca de 20 minutos o bebê foi levado para a UTI Neonatal, onde permanece em estado grave.


A indignação de Joseane aumentou ainda mais quando, nesta segunda-feira (15), precisou comprar um medicamento básico para a filha, porque o remédio estava em falta na farmácia do próprio hospital.


“Eu quero justiça porque eles acabaram com uma criança que era saudável. Minha filha não levanta, não fala, não reage. Eu tive que comprar remédio pra colocar no soro dela porque aqui não tem”, desabafa.


A família agora cobra providências e denuncia a precariedade do atendimento no HMI, que vai desde a falta de equipamentos até a ausência de medicamentos essenciais. “Eu culpo eles pelo que vai acontecer com meu neto. Eu sofri demais e não desejo pra ninguém o que passei aqui”, conclui Joseane. 

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