Vice-prefeito de Marabá, João Tatagiba diz que Toni Cunha “não respeita ninguém”, “não tem respeito pelas pessoas” e “se acha acima de todo mundo”
Declarações antigas ganham novo peso
Com a notícia da ação judicial, vieram à tona declarações feitas por Tatagiba ainda em agosto, quando pediu exoneração dos cargos de secretário de Indústria e Comércio e de Turismo, postos que ocupava no primeiro escalão da gestão.
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Tatagiba também relatou que nunca teve autonomia nas secretarias que chefiava e que, mesmo quando a Lei Orgânica determinava que deveria assumir interinamente a prefeitura durante viagens do titular, foi impedido de tomar decisões, seguindo orientações da Controladoria-Geral.
O processo no Tribunal de Justiça
O embate político migrou para o Judiciário. Em medida cautelar de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), o prefeito questiona dispositivos da Lei Orgânica de Marabá que obrigam a transmissão do cargo ao vice em casos de ausência. O processo, registrado sob o número 0810036-33.2025.8.14.0000, tramita no Tribunal de Justiça do Pará e teve julgamento agendado para o dia 3 de setembro na 34ª Sessão Ordinária do Tribunal Pleno.
A Câmara Municipal, por sua vez, foi intimada a se manifestar e defende a validade da lei, alegando que a conduta do prefeito fere princípios constitucionais e gera um vácuo administrativo no comando do município.
Ruptura cada vez mais evidente
O rompimento entre prefeito e vice não é recente. Desde a transição de governo, Tatagiba já manifestava incômodos com o estilo de gestão de Toni. A situação se agravou após denúncias acolhidas pela Câmara Municipal que indicam possíveis irregularidades na administração.
Além de Tatagiba, outros nomes do alto escalão já deixaram a gestão, incluindo a ex-procuradora-geral e o ex-superintendente de Desenvolvimento Urbano, revelando um ambiente de instabilidade.
Marabá em meio ao impasse
Enquanto o Judiciário avalia o pedido de Toni Cunha, a cidade de Marabá — maior município do sul e sudeste do Pará — convive com a insegurança política de ter um prefeito que se ausenta sem transmitir o cargo e um vice impedido de exercer sua função constitucional.
O episódio, mais um de uma série de atritos entre as principais lideranças do Executivo, aprofunda a percepção de crise política e fragilidade na governabilidade local.