Após a manifestação realizada na manhã de quarta-feira (8) em frente à Defensoria Pública, mães de crianças autistas voltaram a se mobilizar nas redes sociais após uma reunião com o secretário municipal de Saúde de Marabá, Webert Carvalho. Segundo relato de uma das mães que participou do encontro, o gestor teria minimizado a importância das terapias, afirmando que “as crianças não precisam dessa quantidade de terapias” e que “as mães é que deveriam mostrar o mundo para elas”.
A fala foi divulgada em uma postagem feita por uma das participantes do encontro, identificada como @mai_papellie, que acrescentou: “E tem mais. Hoje na parte da tarde aconteceu uma reunião de algumas mães com o Secretário de saúde. E sabe o que o Sr. Secretário disse? Que nossos filhos não precisam dessa quantidade de terapias, que nós que devemos mostrar o mundo pra eles. Que no tempo dele não tinha terapias.”
A declaração causou indignação entre as mães atípicas, que passaram o dia em busca de explicações sobre a suspensão repentina do convênio entre a Prefeitura e três clínicas especializadas no atendimento a pessoas com autismo. Uma das instituições atendia cerca de 100 crianças, e o cancelamento do contrato deixou dezenas de famílias sem assistência.
Pela manhã, as mães realizaram um ato em frente ao prédio da Defensoria Pública, no núcleo Cidade Nova, pedindo o restabelecimento do benefício e o retorno imediato das terapias. A estudante de Psicologia Lidiane Viana relatou que a decisão do município foi tomada sem aviso prévio. “Tem mães que lutaram por anos para conseguir o atendimento, e agora tudo foi cortado de repente. Nossos filhos dependem dessas terapias para evoluir, e a interrupção coloca em risco tudo o que conquistamos”, disse.
Outra mãe, Fábia Lanuzia, contou que o filho de 5 anos vinha apresentando avanços significativos desde o início do acompanhamento na clínica, há cerca de um ano. “Antes ele era agressivo, hoje já não é mais. Responde a comandos e entende melhor o que a gente fala. Agora, sem terapia, estamos perdendo tudo o que levamos tanto tempo para construir”, lamentou.
As mães afirmam que não receberam qualquer comunicado oficial da Prefeitura sobre o motivo da suspensão, e que o processo de regulação pelo SUS — sugerido como alternativa — é burocrático e pode levar meses. Enquanto isso, as crianças permanecem sem atendimento.
A Defensoria Pública informou às manifestantes que deverá ingressar com ação judicial contra o município para exigir esclarecimentos e garantir o direito à continuidade das terapias.
Nas redes sociais, a repercussão da fala atribuída ao secretário aumentou a insatisfação das famílias e gerou uma onda de críticas à postura da gestão municipal diante do tema. Para as mães, o episódio reforça a falta de empatia e de compreensão do poder público com a realidade das crianças autistas e suas famílias em Marabá.
Esse secretário de saúde precisa ser demitido do cargo, ele não tem sensibilidade, empatia ou amor ao próximo. Como ele diz uma coisa desse tipo para as famílias atípicas que tanto sofre com seus filhos. Ele não merece esta nessa função.
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