Toni Cunha ameaça promotora e ataca trabalho do Ministério Público em Marabá


O prefeito de Marabá, Toni Cunha (PL), voltou a usar as redes sociais para atacar o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) e, desta vez, direcionou críticas e ameaças à promotora de Justiça Aline Tavares Moreira, titular da 11ª Promotoria de Justiça de Defesa da Probidade Administrativa e Tutela das Fundações e Entidades de Interesse Social de Marabá, responsável por cumprir o dever de fazer uma série de recomendações recentes à gestão municipal. Em publicação feita na sexta-feira (10), o prefeito insinuou que a promotora estaria extrapolando suas funções e anunciou que pretende denunciá-la ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).


Em tom de afronta, Toni Cunha escreveu:


“A promotora de justiça Aline Tavares Moreira não foi eleita prefeita de Marabá.

Se quiser governar em meu lugar, terá que se candidatar a prefeita e vencer as eleições. Não há nenhuma chance de conseguir decidir sobre o que comprar ou não comprar, bem como sobre políticas públicas no lugar deste prefeito. Assim como foi rechaçada pela juíza de primeiro grau, também o foi pela Desembargadora que julgou recurso da referida promotora por conta da compra de um carro pelo chefe do Poder Executivo de Marabá. Condutas estranhas têm sido adotadas pela promotora, que nunca antes teve atuação marcante nesta cidade, mesmo fatos absurdos envolvendo gestões anteriores.

Para apurar estas condutas, a levaremos ao Conselho Nacional do Ministério Público para que avalie a exorbitância no exercício das atribuições da referida promotora.”



A fala ocorre dias após a promotora expedir nova recomendação ao prefeito, publicada no Diário do MP, para que ele se abstenha de permitir a participação de familiares de agentes políticos em atos e eventos da Prefeitura. Aline Tavares também foi responsável por solicitar à Câmara Municipal a íntegra das denúncias arquivadas contra Toni Cunha — um processo de mais de mil páginas que não chegou a tramitar após articulações políticas no Legislativo.

Desde então, o prefeito tem adotado um tom cada vez mais agressivo e beligerante contra o Ministério Público, tentando associar as ações de fiscalização da promotoria a supostas motivações políticas. As declarações, porém, foram encaradas por juristas e servidores públicos locais como uma tentativa de intimidação institucional.

A promotora não se manifestou publicamente até o momento.

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