Vereador Dean Guimarães mente na tribuna da Câmara e é desmentido por inquérito da Polícia Federal

Durante a sessão ordinária desta terça-feira (21), o vereador Dean Guimarães (PSD) utilizou a tribuna da Câmara Municipal de Marabá para atacar a imprensa local e tentar intimidar cidadãos que têm repercutido denúncias de compra de votos supostamente praticadas em sua campanha eleitoral de 2024.

As denúncias — feitas por pessoas que integraram sua própria equipe de campanha — foram formalmente encaminhadas aos órgãos competentes e incluem comprovantes de transferências bancárias de R$ 30 e R$ 50, realizadas no período eleitoral, há cerca de um ano.


Na tentativa de rebater as acusações, o vereador afirmou publicamente ser “um dos homens mais honestos de Marabá” e declarou “não responder a nenhuma denúncia, inquérito ou investigação”. No entanto, documentos oficiais da Justiça Eleitoral e da Polícia Federal consultados pelo Blog Marabá & Fatos desmentem a fala do parlamentar.

De acordo com o sistema do PJe – Processo Judicial Eletrônico do Tribunal Regional Eleitoral do Pará, o vereador é alvo do Inquérito Policial nº 0600092-84.2025.6.14.0023, instaurado pela Polícia Federal no Estado do Pará, sob tramitação na 100ª Zona Eleitoral de Marabá. O procedimento investiga a prática de captação ilícita de votos (compra de votos), crime previsto na legislação eleitoral brasileira.

Em decisão assinada pelo juiz eleitoral Jessinei Gonçalves de Souza, datada de 20 de outubro de 2025, consta que o Ministério Público Eleitoral solicitou a continuidade das investigações, o que foi deferido pela Justiça, prorrogando o prazo por mais 90 dias. A decisão também reforça que o inquérito segue sob acompanhamento direto da Polícia Federal, conforme previsto na Resolução TRE-PA nº 5.168/2013.

O documento, de acesso público, confirma que Dean Guimarães figura como investigado, contrariando sua declaração em plenário.


A postura do vereador, ao usar o espaço legislativo para atacar a imprensa e a sociedade civil, repercutiu mal entre colegas de Câmara e nas redes sociais, onde diversos internautas lembraram que a liberdade de imprensa e a fiscalização pública são pilares da democracia.

Enquanto o inquérito segue em tramitação, o caso reacende o debate sobre o uso da máquina política e a tentativa de deslegitimar denúncias que envolvem figuras públicas — especialmente quando as próprias instituições do Estado confirmam a existência de investigações em curso. 

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