Vereadores e Conselho de Saúde rejeitam valores 600% acima da tabela SUS enquanto fila de cirurgias segue parada em Marabá

A reunião realizada no último dia 25, na Câmara Municipal de Marabá, colocou frente a frente vereadores, representantes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), do Conselho Municipal de Saúde (CMS) e de instituições privadas para discutir o edital de credenciamento de hospitais para realização de cirurgias eletivas. O encontro terminou com um consenso: os valores apresentados pela prefeitura são abusivos e não podem ser aprovados.

A proposta da SMS prevê pagamento de até 600% a mais do que a tabela SUS, o que equivale a sete vezes acima do valor praticado nacionalmente. O secretário de Saúde, Werbert Ribeiro Carvalho, justificou apenas que se trata de recurso próprio do município, sem detalhar por que seria necessário desembolsar quantias tão altas.

O Conselho de Saúde já havia sinalizado oposição à proposta, e agora recebeu apoio de vereadores durante a reunião. Pacheco (PL) destacou:

“Todos nós queremos que a fila de cirurgias acabe, mas não tem como aprovar um edital com preços tão acima da realidade. Não podemos permitir que se pague sete vezes mais do que a tabela do SUS”.

Na mesma linha, Marcos Andrade (PSD) reforçou:

“O Conselho está correto em barrar esse contrato. São valores sem justificativa, e o nosso papel é fiscalizar. A população precisa da cirurgia, mas não à custa de gastos desproporcionais com dinheiro público”.


Fila paralisada


O impasse em torno dos valores acontece enquanto milhares de pacientes seguem sem atendimento. Pelos números da Secretaria de Saúde, a fila de cirurgias eletivas em Marabá é de cerca de 5 mil pessoas. Já o Conselho de Saúde estima que o total real ultrapasse 8 mil, já que desde o início da atual gestão nenhum procedimento desse tipo foi realizado.


Diante da pressão, foi formada uma comissão técnica para sugerir modificações no edital e tentar garantir a retomada das cirurgias com valores compatíveis.


Até o fechamento desta reportagem, a Prefeitura de Marabá não explicou por que apresentou uma proposta com preços tão acima da tabela SUS, enquanto milhares de moradores continuam aguardando atendimento cirúrgico básico. 

Nenhum comentário

Tecnologia do Blogger.