“Cão de guarda do prefeito”: coordenadora do HMI é acusada de assediar funcionários e barrar denúncias

Há mais de um mês, servidores efetivos do Hospital Materno Infantil de Marabá (HMI) vêm denunciando abusos cometidos pela nova coordenadora da recepção, Eryca Daiane de Lima Souza. Contratada como chefe de divisão pela Secretaria de Saúde de Marabá, com salário base de R$ 2.098,53, Eryca é acusada de assédio moral, intimidação de funcionários, gritaria nos plantões, e até de inventar acusações de furto contra servidores.

Segundo relatos recebidos pelo Blog Marabá & Fatos e pelo Portal Curupira Marabá, Eryca é considerada o “cão de guarda do prefeito”, colocada no cargo para impedir gravações que mostrem a realidade do hospital, como a superlotação e a falta de leitos. Ela teria apoio direto do diretor administrativo do HMI, Vagner Luiz Araújo da Silva.

Na tarde desta quinta-feira (12), nossa equipe esteve no hospital após nova denúncia de pacientes sobre a situação da maternidade.

Encontramos mães e recém-nascidos internados em cadeiras na recepção por falta de leitos. Mesmo sem invadir áreas restritas e sem atrapalhar o atendimento, apenas registrando imagens da recepção lotada, fomos abordados por seguranças a mando de Eryca, que tentou impedir a gravação, alegando que estávamos proibidos de filmar no local.

Eryca ainda seguiu a equipe até a calçada e ordenou aos seguranças que nos impedissem de entrar novamente no hospital, como se a unidade fosse um espaço privado e não um equipamento público, mantido com recursos da população.

Além das tentativas de censura, os servidores afirmam que ela persegue funcionários concursados, grita com colegas de trabalho, acusa profissionais de furto e usa o nome do prefeito para intimidar quem questiona sua conduta. “Ela fez uma funcionária passar mal de tanto assédio”, diz um dos relatos. “Ela é arrogante, trata mal todo mundo, vive berrando nos plantões, e o diretor acoberta tudo”.

O sindicato já teria sido acionado, mas as práticas continuam. Por medo de represálias, os nomes dos denunciantes serão preservados, conforme garante o sigilo constitucional da fonte.