Para agradar o prefeito, seis vereadores de Marabá votam pelo fim das emendas parlamentares, mas não abrem mão das que têm direito
Segundo fontes do Blog na Câmara Municipal de Marabá, os seis vereadores votaram para “serrar a própria madeira”, como diz o ditado popular, apenas para agradar o prefeito Toni Cunha. Isso apesar de a maioria dos parlamentares já ter se manifestado contra a proposta. A decisão teria sido tomada para marcar posição e evitar possíveis retaliações por parte do Executivo municipal, como a perda de cargos comissionados ocupados por parentes, assessores e correligionários.
Chamou atenção a lucidez política de dois vereadores do Partido Liberal, mesma legenda do prefeito, que mesmo sendo da base aliada, mantiveram coerência e votaram contra o veto, preservando o direito do Legislativo e a continuidade de recursos que beneficiam diretamente a população através de projetos sociais.
Durante a votação, alguns vereadores lembraram que o próprio Toni Cunha, enquanto deputado estadual, não apenas utilizou emendas parlamentares, como votou, no final do ano passado, pela ampliação desse instrumento. A atual gestão, inclusive, já fez publicidade da aquisição de uma perfuratriz com recursos oriundos de emendas federais — destacando sua importância.
As emendas parlamentares têm sido fundamentais para a manutenção de instituições como a APAE Marabá, o Lar São Vicente de Paulo, a Obra Kolping do Brasil, a Associação Educadora São Francisco de Assis, o projeto Sorriso Legal, entre outras como AMESP, Grupo Arco-Íris, Lipaki, Focinhos Carentes, Licam e Cajum. Muitas dessas entidades realizam atendimentos gratuitos a pessoas em situação de vulnerabilidade, nas áreas de saúde, educação, assistência social e proteção animal.
Além disso, as emendas dos vereadores possibilitaram reformas de escolas e unidades de saúde, aquisição de ambulâncias e veículos para as secretarias municipais, ações que beneficiam diretamente a população. O corte desse direito fragilizaria não apenas o papel fiscalizador e propositivo da Câmara, mas impactaria projetos e serviços essenciais mantidos em parceria com o Legislativo.
O episódio desta semana reacende o debate sobre a independência dos poderes e o papel do vereador diante da pressão do Executivo. A tentativa de enfraquecer o instrumento das emendas parlamentares, embora derrotada, expôs com clareza as divisões internas da Câmara e os arranjos políticos que seguem moldando decisões que afetam diretamente a vida da população.
Seria excelente se os mesmos abrissem mão também de recebe-las. Nao recebendo nenhum %. Aí seriam correntes. No entanto não é o que irão fazer. Portanto é agora fazerem o registro e demissão definitiva em 2028. Afinal de contas quem não deseja servir não deve estar na cadeira.
ResponderExcluirHipocrisia registrada em voto. Vergonha!
ResponderExcluir