Prefeito ou pistoleiro? Toni Cunha ameaça vereador enquanto Marabá enfrenta caos na gestão

Na noite desta quinta-feira (13), o prefeito de Marabá, Toni Cunha (PL), foi acusado de ameaçar o vereador Marcelo Alves (PT) por meio de mensagens de áudio enviadas no WhatsApp. Apesar de terem sido enviadas no modo de audição única, o vereador gravou as mensagens e as apresentou à Polícia Civil ao registrar um Boletim de Ocorrência (BO).

Acusações e ameaça


Segundo Marcelo, o episódio começou após o prefeito acusá-lo de ter solicitado um cargo de direção na Secretaria Municipal de Educação (Semed) com a intenção de “roubar” o órgão. Ao tomar conhecimento da acusação, o vereador rebateu e exigiu provas, chamando Toni Cunha de “vagabundo” em um grupo de WhatsApp exclusivo para vereadores. A declaração rapidamente chegou aos ouvidos do prefeito, que, em resposta, teria partido para a intimidação.


Toni Cunha enviou mensagens no privado de Marcelo e desafiou o vereador a repetir a ofensa cara a cara. Quando Marcelo questionou se aquilo era uma ameaça, o prefeito negou, mas logo reforçou o tom desafiador:


— “Você tá com medo? Eu tô te pedindo pra você fazer isso na minha frente. Vai ter coragem ou vai ser só no grupo? Faz isso. Eu tô esperando, vai!”


Marcelo afirmou ter se sentido ameaçado, principalmente pelo fato de o prefeito ser delegado federal, andar armado e ostentar essa condição nas redes sociais. O vereador ressaltou que Toni Cunha já declarou publicamente portar uma pistola com bala de ponta oca.


— “Eu não ando armado, mas ele anda” — pontuou Marcelo, que também desafiou o prefeito a provar que ele, em algum momento, pediu cargos ou qualquer tipo de favor na gestão municipal.


— “Eu desafio o prefeito Toni Cunha a provar para a cidade se eu pedi alguma coisa pra ele. Nunca pedi nem um copo d’água pra ele.”


Mais vereadores acusados e BO por calúnia


Além do boletim de ocorrência por ameaça, Marcelo Alves e o vereador Jocenilson Souza registraram outra denúncia contra Toni Cunha, desta vez por calúnia e difamação. Segundo eles, o prefeito teria acusado não apenas Marcelo, mas também Jocenilson e Ilker Moraes (presidente da Câmara) de solicitarem cargos na Semed para benefício próprio.


A acusação inicial de Toni Cunha mencionava que “dois ou três vereadores da base aliada” teriam pedido favores. Agora, porém, ele mira três parlamentares da oposição, mudando sua versão sem apresentar provas.


O vereador Jhymisson Pacheco, que faz parte da base aliada, confirmou à reportagem que Toni Cunha realmente fez essa acusação contra os vereadores oposicionistas. No entanto, Pacheco tratou de se afastar da polêmica, dizendo que o assunto deve ser resolvido entre o prefeito e os vereadores envolvidos.


Enquanto isso, Marabá sofre com problemas básicos


Enquanto o prefeito se dedica a criar contendas e desgastes desnecessários nas redes sociais, a realidade de Marabá é outra. A coleta de lixo segue irregular em vários bairros, a merenda escolar enfrenta constantes falhas e a falta de professores compromete o aprendizado dos estudantes. Problemas básicos que deveriam ser prioridade acabam ficando em segundo plano diante das polêmicas protagonizadas por quem deveria administrar a cidade.


Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Comunicação informou que não irá se manifestar sobre o caso.

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