Prefeitura de Marabá fica de fora de entrega de ambulâncias para os municípios, por radicalismo e falta de articulação política do prefeito
Enquanto o Governo Federal amplia a frota do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em centenas de cidades, Marabá ficou de fora da entrega de 789 novas ambulâncias realizada na última sexta-feira (14). A ausência do município na lista de contemplados escancara a falta de articulação política do prefeito Toni Cunha (PL), que, por radicalismo e isolamento estratégico, perdeu a oportunidade de garantir novos veículos para o atendimento emergencial da população.
O atual gestor, que tem adotado uma postura confrontativa com lideranças estaduais e federais, segue atacando publicamente o governador do Pará, chamando-o de ladrão, e também mantém críticas constantes ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esse comportamento tem afastado Marabá das possibilidades de captação de recursos e investimentos. Na sua recente ida a Brasília, Toni Cunha sequer conseguiu ser recebido pelo segundo escalão do Ministério da Saúde. Sem prestígio, gravou um vídeo para as redes sociais do lado de fora do prédio do ministério, sem qualquer avanço concreto para o município.
Expansão nacional, mas sem Marabá
A cerimônia de entrega das ambulâncias, realizada em Sorocaba (SP), contou com a presença do presidente Lula e do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. No evento, prefeitos de 559 cidades de 21 estados receberam a chave simbólica dos veículos, que foram adquiridos com investimento de R$ 243,5 milhões do Novo PAC. O reforço na frota busca reduzir o tempo de espera do atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS) e ampliar a cobertura do SAMU 192.
O Governo Federal já entregou 2.066 novas ambulâncias desde o início da atual gestão e prevê distribuir mais 2.300 veículos até 2026, como parte da meta de universalização do SAMU. O ministro Alexandre Padilha ressaltou que a ampliação da frota visa reduzir o tempo de espera por atendimento e melhorar o acesso da população a serviços de urgência e emergência.
Vereadores tentam reverter prejuízo
Enquanto Toni Cunha segue sem prestígio e incapaz de articular benefícios para Marabá, o presidente da Câmara Municipal, junto com um grupo de 13 vereadores, esteve em Brasília reunido com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e representantes do primeiro escalão do Ministério da Saúde. Diferente do prefeito, o grupo conseguiu acesso direto a interlocutores influentes do governo federal e pode garantir ao município novas ambulâncias para o SAMU.
A situação se torna ainda mais grave diante do fato de que a prefeitura de Marabá tem mais de R$ 200 milhões em caixa e, até o momento, não adquiriu nenhuma ambulância para reforçar o atendimento de urgência. Caso a gestão municipal não tome providências para inscrever o município no Novo PAC até o prazo final, em 31 de março, Marabá poderá novamente ficar sem os recursos necessários para melhorar a frota do SAMU.
O radicalismo e a falta de articulação política do prefeito custam caro à população, que continua dependente de um sistema de urgência defasado. Enquanto cidades de menor porte garantem novas ambulâncias, Marabá segue prejudicada pelo isolamento de sua gestão.
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